segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um dia tudo acaba

Um dia tudo acaba. Um dia tudo mudará, tudo se transformará, tudo deixará de ser igual. Um dia as pessoas entenderão o que realmente fazem, tudo se curará, tudo passará a ser como realmente queremos, um dia nada será igual ao que era anteriormente. Um dia, um dia, um dia… Para quê tantos planos? Sinceramente, já não sei se algum destes dias vai chegar se é que o destino o planeou para nós, talvez chegue mesmo, mas nesse momento talvez o meu corpo esteja cansado, talvez a minha mente já não queira mais nada para além de entrar num profundo sonho sem fim. Não sei, o amanhã é incerto demais para fazermos previsões, para fazermos planos. Mas sabes? Já nada disto tem importância, quando o presente está no ponto em que está, tudo deixa de ter importância e a única coisa real, a única coisa que existe é a nossa dor e o nosso sofrimento e tudo o resto deixa de existir, tudo o resto deixa de se estar presente, pois quando o presente é assim, cruel e frio, quando as pessoas que julgávamos conhecer se revelam o que realmente são, tudo deixa de fazer sentido, a mente tolda-se e não nos permite continuar. Se ficamos assim com uma pessoa, como ficaremos com duas, três, quatro? Honestamente, não tenho resposta mas pronto, é assim a vida, é assim que tudo funciona e nós só temos de, pelo menos, tentar entender. Desejar o impossível? Todos desejamos, mas que é isso de impossível? Que significa essa palavra que tanta vez oiço? Nada é impossível, desde que lutemos por isso, desde que realmente desejemos, podemos alcançar todo e qualquer objectivo. Se custa? Sim custa, passamos por muito até termos o que realmente queremos mas é nesse caminho que aprendemos a dar valor que o nosso objectivo realmente merece, é ao lutar que entendemos o quanto precisamos disso, é assim que aprendemos a cair, a levantar e a lutar.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Haverá um dia (...)

Haverá um dia em que nada será certo, um dia em que tudo passará a ser incerto, em que as certezas serão escassas, em que tudo mudará, em que nada será igual, em que o nosso mundo deixará de brilhar, em que o nosso sol esconder-se-á debaixo de um manto de nuvens. Haverá um dia em que tudo irá partir para dar lugar a uma grande incerteza, um dia em que já não haverá esperanças, um dia em que iremos entender que já não vale de nada lutar, chegará um dia em que a força acabará, um dia em que já nada importará pois a dor sobrepor-se-á a todo e qualquer facto, em que o sofrimento consumirá qualquer réstia de felicidade que habita em nós. E nesse dia iremos assumir os erros que deixámos escapar no passado, iremos dar valor àqueles que perdemos, iremos dar significado ao que tivemos e não aproveitámos. Mas a verdade é que esse dia está longe, a verdade é que ainda teremos muito que percorrer antes que ele chegue, ainda existe muito ar para nos entrar nos pulmões, ainda temos muitas quedas para dar, muitas gargalhadas para soltar, muitas parvoíces para fazer, muita coisa para viver antes de chegarmos a esse dia. Sim, custa, dói, sofremos, sentimos vontade de fugir, de desaparecer, mas não podemos fazer isso, temos de ser fortes, temos de conseguir ultrapassar as grandes ‘rochas’ que se põe no nosso caminho e nunca, mas nunca, baixar os braços. Existir é fácil, mas só os lutadores vivem realmente, só eles conseguem alcançar o posto chamado ‘vida’. E sabes porquê? Porque são eles, os lutadores, que lutam pela felicidade, são eles que lutam pela liberdade de poder voar pelos maiores céus ou nadar nas mais profundas águas, são eles que fazem com que valha a pena o sangue correr-nos nas veias, são eles que dão um novo significado à palavra ‘vida’. São eles que fazem com que andar neste mundo passe a ser a coisa mais bela que existe, são eles que fazem com que enfrentar o dia-a-dia se torne mais fácil, são eles, esses lutadores caminhando mundo fora, que têm capacidade de explorar todos os cantos do mundo, do ‘nosso’ mundo. E agora, diz-me, denominas-te lutador? Lutas pela tua felicidade, como nunca antes lutaste? Enfrentas os diversos obstáculos que existem no teu caminho com a cabeça erguida? Se sim, então parabéns. Se não, então vais a tempo de o fazer, pois somos jovens, ainda vamos aprender imenso, ainda vamos crescer, mudar. Por mais que digamos, somos novos, temos uma vida pela frente e um caminho para percorrer.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Escrever (...)

Mais uma vez venho fazer o que tanta vez já fiz no passado: desabafar, ser ouvida pelas palavras que ao longo do tempo vão formando a minha vida, a minha história. Mais uma vez venho em busca daquele conforto que me é transmitido dia-a-dia pelas letras, quando as faço formar as mais diversas palavras. Pergunto-me se algum dia me irei fartar disto, de escrever como se não houvesse amanhã? Provavelmente não, sinto-me demasiado dependente destes pequenos mas preciosos momentos. Escrever não é o que muitos julgam ser, escrever não é só “teclar”, mas sim formar uma história, uma história daquilo que somos e daquilo que acreditamos, daquilo que sentimentos e vivemos dentro de nós e no mundo que está lá fora, lá fora do meu quarto, lá fora da minha casa, lá fora deste pais, por essa estrada fora que nos conduz a mais cidades, a mais vilas, a mais aldeias. Escrever já não é um simples hobby, mas sim um vício, na qual estou presa sem saída possível. Passo o dia a pensar no que escrever quando tiver oportunidade, ponho o cérebro a trabalhar furiosamente para encontrar o necessário à compreensão dos meus sentimentos para que consiga transpor o que me vai na mente e na alma no papel, numa folha vazia, em branco, à espera que me decida por onde começar, à espera que inicie mais um de muitos outros textos que tenho arquivados, mais um de muitos conjuntos de palavras, frases que transportam a minha dor, o meu sofrimento conseguindo deste modo diminuir um pouco o que sinto em mim, fazendo com que deste modo, fique um pouco mais aliviada perante o que me corre no meu ser. Escrever é a arte de desenhar com as letras, pois é isso que escrever se trata, nada mais que desenhar com letras e pontuações. Uns transmitem os seus pensamentos, os seus sentimentos, as suas emoções para um jogo, para um desporto, para um objecto, mas eu não. Nada disso me alivia tanto como escrever, como juntar letra após letra, palavra após palavra, frase após frase, para depois, no final desta construção, deste desenho, ler tudo do inicio ao fim, para depois rever o que fui criando e, quando acho necessário, acrescentando um ou outro parágrafo, ou tirando uma ou outra palavra, emendando erros das escrita, ou mesmo sem o alterando, deixando tudo tal e qual como foi feito, tal e qual como foi construído. É assim que faço nos dias em que nada faço, nos dias em que não há disposição para sair, para falar, só para sentir e escrever (…)

Porque nos ilude a vida?

Porque nos ilude a Vida? Porque nos faz ela ter esperanças sobre as pessoas e depois, destrói os nossos maiores sonhos de um momento para o outro. Não percebo, juro que não. Num momento a Vida faz-nos sorrir, dar as mais parvas gargalhadas ao lado das pessoas que melhor nos querem mas noutro já estamos lavados em lágrimas por ver algo a ir por água abaixo, por sentir as pessoas a escapar-nos por entre os dedos como a areia. Tão depressa estamos calmos, como algo acontece enfurecendo o nosso ser, deixando-nos cegos se raiva. Eu quero saber o porquê. Porque faz ela que nos tom-mos certas decisões quando devo-mos tomar outras, porque nos faz ela acreditar em algo impossível, algo que por mais que tentemos nunca vamos alcançar, alguém me sabe explica o porquê? É que eu, por mais que tente, não percebo, não encontro a resposta a esta pergunta que tantas vezes me assombra a mente. Porque é que ela nos prega tantas rasteiras, deixando-nos arrasados, porque tem ela que ter tantos obstáculos? “Provavelmente porque de outra forma não tinha graça vive-la”, foi o que uma vez ouvi. Acham graça é isso? Eu não. Eu não acho piada nenhuma a ver os outros sofrer. Não acho piada às quedas a que assisto diariamente, na minha vida, não acho piada quando vejo o sorriso fascinante de um amigo, ser transformado numa lágrima dolorosa, não acho piada quando vejo que algo alegre, a explodir de felicidade é transformado em algo destroçado, a explodir de dor. Ela não nos dá permissão para desistir mas depois, no final, acaba com tudo aquilo pelo qual lutámos, põe um fim àquilo que mais amávamos. Mas… Se calhar não é a Vida que acaba com o que criámos, com aquilo pelo qual lutámos. Se calhar são as pessoas e o seu desejo de controlar tudo e todos. Provavelmente é porque as pessoas não sabem como ter calma, não sabem esperar. Se calhar, as pessoas apressam a Vida e depois ela acaba por castiga-las, pondo um fim ao que elas mais desejam. Se calhar estou apenas a escrever este texto para demonstrar a minha ingenuidade, a minha falta de experiÊncia de vida, se calhar, se calhar, se calhar … A Vida é feita disso, de “talvezes”, de “provavelmentes”, de “se calhares”. E nós? Apenas a podemos perceber, porque por mais injusta e difícil que a vida seja, nós temos de a viver.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Conto de fadas VS Realidade

Era uma vez um conto de fadas, na qual tu eras o meu príncipe e eu era a tua princesa. Um conto de fadas na qual eu te amava e tu me amavas a mim, na qual o sofrimento era substituído pela alegria, na qual ‘dor’ era palavra proibida. Era uma vez um conto de fadas na qual o sol brilhava todos os dias, na qual quando acordávamos ouvimos o cantar dos pequenos pássaros, na qual o calor aquecia o nosso corpo, na qual nos sentíamos protegidos, aconchegados por quem mais amava-mos, era uma vez um conta de fadas onde nós reinávamos, onde tu eras o rei e eu a rainha. Um conto de fadas, localizado para lá das montanhas, para lá dos vales em que nada nos impedia de sermos felizes, em que não havia rochas entre nós e o nosso objectivo, em que a mentira não espreitava por de trás de cada poste, em que nada nem ninguém nos atacava, em que quando alguém segurava a nossa mão não a largava, em que quando alguém prometia não nos fazer sofrer, cumpria, em que apenas havia amor e amizade, onde o perdido era encontrado, onde o sempre era cumprido, onde o tempo parava quando nós mais desejávamos, onde o relógio biológico dentro de cada um de nós vive em função do carinho e do amor que nos é dado e que nós damos. É esse conto de fadas que nós todos desejamos, que todos nós queremos viver, um sítio onde tudo é perfeito, onde não há problemas nem conflitos, onde não há guerra por coisas inúteis, um sítio onde todos somos iguais, sem a menor ponta de descriminação ou racismo. Mas a verdade é que esse conto de fadas não existe, a verdade é que ele pertence ao mundo dos sonhos e quando nós regressamos dele? Deparamo-nos com a crueldade que invade as paredes, os muros deste caminho a que muitos chamam ‘Vida’, ao chegar cá fora deparamo-nos com o sofrimento que cada um guarda dentro de si, ouvimos os gritos de dor trazidos pelo vento, sentimos o frio que nos rodeia. A realidade é um sítio onde o tempo é inconstante, onde os obstáculos existem e com grande frequência, onde a toda a hora somos atingidos pela mentira, onde tudo e o nada se perdem rumo a um lugar melhor, rumo ao conto de fadas mas ele, esse lugar melhor, está longe, longe de mim, de nós, dos outros, longe do mundo. E quando eles regressam da sua busca incansável? Vêm gelados, com o sangue a temperaturas negativas, com os batimentos cardíacos mínimos, atordoados pelo que vêm e sentem (…)

Caminho de sombras

Ali estava eu, ali estava a minha pessoa, a caminhar através de uma estrada sombria, a caminhar sob as nuvens mais pesadas, rodeada da neblina mais negra que alguma vez assombrou o mundo, tentando focar através daquela imensa escuridão. Ali estava eu, junto do nada, longe do tudo, deixei para trás os melhores, pois eles não mereciam que eu trocasse a sua felicidade pela minha dor, afastei-me do mundo pois ele tem os seus problemas e não necessita dos meus, para complicar ainda mais o seu dia-a-dia. Esqueci-me que na amizade, quando um sofre, os outros também sofrem, esqueci-me que não era por me afastar do mundo, que ele se ia afastar de mim. Deixei para trás os caminhos alegres, sem me dar conta, entrei nos caminhos mais escuros, mais afastados, sem me dar conta, enverguei num mundo desconhecido, o mundo da dor. Parecia que, a cada passo meu, os meus sentimentos, aqueles que me animavam, aqueles que me faziam sorrir, eram consumidos por aquela visão de nevoeiro, parecia que quanto mais avançava mais eles partiam deixando-me com as piores recordações. Queria voltar para trás, queria sair dali, daquele sofrimento. Queria voltar para aquilo que tinha deixado. Mas não podemos regredir no tempo, não podemos caminhar para trás e a minha cabeça, ela sim queria fazê-lo mas não arranjava argumentos fortes o suficiente para os meus pés obedecerem, então eles seguiam sempre em frente, ignorando que o meu coração estava repleto de feridas, ignorando o que a minha mente dizia, os meus pés avançavam perante aquela densa massa cinzenta mas eu nunca parava. Avançava e avançava até que me apercebi que estava a pensar no porquê. ‘Porque raio estou eu aqui afinal? Porque continuo eu neste sofrimento, porque continua esta dor dentro de mim? Sim, eu amo-o, amo-o no verdadeiro sentido da palavra mas não posso estar assim, não me posso rebaixar ao ponto de esquecer os melhores momentos da mina vida’. Foi com estas palavras, foi com este pensamento, foi com este pretexto que eu sai dali. Não, não andei para trás, apenas ‘evoquei’ a minha felicidade para mim, apenas relembrei os melhores momentos, as melhores gargalhadas, apercebi-me que nunca tinha estado realmente sozinha, não. O meu sofrimento fazia-me ver isso, fazia-me ver o mundo como eu me sentia, vazio, inexpressivo. Mas ele não é assim, o mundo não o lugar negro que muitas vezes nós vimos. Por vezes ele prega rasteira que nos fazem dar as maiores quedas mas nós temos de ser mais forte que elas, as quedas, nós temos de nos levantar. Caminhei, a cada passo meu parecendo mais decidido que o anterior, a cada passo meu o nevoeiro era menos denso a cada passo meu, a cada passo meu as nuvens cinzentas tornavam-se mais brancas com o passar do tempo e acabavam por dispersar, quanto mais avançava mais a minha dor diminuía e quando dei por mim, estava a ouvir o chilrear dos pássaros, quando dei por mim a luz do sol espreitava por entre os ramos das árvores, quando dei por mim tinha voltado a mim, tinha regressado àquilo que tinha deixado para trás, voltei a minha antiga felicidade (…)