segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Escrever (...)

Mais uma vez venho fazer o que tanta vez já fiz no passado: desabafar, ser ouvida pelas palavras que ao longo do tempo vão formando a minha vida, a minha história. Mais uma vez venho em busca daquele conforto que me é transmitido dia-a-dia pelas letras, quando as faço formar as mais diversas palavras. Pergunto-me se algum dia me irei fartar disto, de escrever como se não houvesse amanhã? Provavelmente não, sinto-me demasiado dependente destes pequenos mas preciosos momentos. Escrever não é o que muitos julgam ser, escrever não é só “teclar”, mas sim formar uma história, uma história daquilo que somos e daquilo que acreditamos, daquilo que sentimentos e vivemos dentro de nós e no mundo que está lá fora, lá fora do meu quarto, lá fora da minha casa, lá fora deste pais, por essa estrada fora que nos conduz a mais cidades, a mais vilas, a mais aldeias. Escrever já não é um simples hobby, mas sim um vício, na qual estou presa sem saída possível. Passo o dia a pensar no que escrever quando tiver oportunidade, ponho o cérebro a trabalhar furiosamente para encontrar o necessário à compreensão dos meus sentimentos para que consiga transpor o que me vai na mente e na alma no papel, numa folha vazia, em branco, à espera que me decida por onde começar, à espera que inicie mais um de muitos outros textos que tenho arquivados, mais um de muitos conjuntos de palavras, frases que transportam a minha dor, o meu sofrimento conseguindo deste modo diminuir um pouco o que sinto em mim, fazendo com que deste modo, fique um pouco mais aliviada perante o que me corre no meu ser. Escrever é a arte de desenhar com as letras, pois é isso que escrever se trata, nada mais que desenhar com letras e pontuações. Uns transmitem os seus pensamentos, os seus sentimentos, as suas emoções para um jogo, para um desporto, para um objecto, mas eu não. Nada disso me alivia tanto como escrever, como juntar letra após letra, palavra após palavra, frase após frase, para depois, no final desta construção, deste desenho, ler tudo do inicio ao fim, para depois rever o que fui criando e, quando acho necessário, acrescentando um ou outro parágrafo, ou tirando uma ou outra palavra, emendando erros das escrita, ou mesmo sem o alterando, deixando tudo tal e qual como foi feito, tal e qual como foi construído. É assim que faço nos dias em que nada faço, nos dias em que não há disposição para sair, para falar, só para sentir e escrever (…)

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