domingo, 1 de julho de 2012

Tenho 6 anos e (...)

- Vou-te apanhar – grita-me ele.
Vamos ver. Estou na escola, no intervalo. Como pouco cresci, tenho vestido outra vez a roupa do meu primeiro dia de aulas, no 1º ano – uma saia cor de rosa com um top branco. Corro para trás de uma árvore e sento-me no chão. Ainda bem que a mamã decidiu não me mudar de ano, é o que penso, pois teria sido mau, muito mau.
- Olívia, onde estás tu?
Rio-me baixinho, ao mesmo tempo que rastejo para debaixo de uns arbustos. Ao fazê-lo, arranho um joelho numa pedra. Está a deitar sangue, muito sangue. Páro a meio do caminho, sentada no chão. Começo a chorar. Dói-me muito. Chamo pelo meu amigo:
- Jaime, JAIME.
Ele corre para me ajudar.
- Oh Olívia..
Ajuda a levantar-me e juntos vamos até à senhor porteiro. O meu joelho arde muito. O senhor Hortênsio é muito simpático. Senta-me numa mesinha e limpa a minha ferida com água. Depois, põe um produto – não percebi para que servia – mas que alivia a dor. Mete-me um penso, com ursinhos. O Jaime está lá, a dar-me a mão, a acalmar-me. É um bom amigo. Quando o senhor acaba, ele ajuda-me a voltar para o recreio. Dá o toque para voltarmos para a sala. E nós vamos. Juntos.

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