- És mesmo rapariga, ainda só vais aí.
Deito-lhe a língua de fora e tento subir mais depressa. Já o estou quase
a apanhar, mesmo quase, mas escorrega-me o pé e perco o equilíbrio.
- Ahhh.
Sinto uma mão a agarrar-me, a segurar-me.
- Ai se não fosse eu. Olho para cima e vejo o meu amigo, empoleirado nos
ramos. Sorrio, e subo com ele até lá a cima. Quando chegamos ao ramo mais forte
da árvore, sentamo-nos, eu encostada à arvore, ele mais ou menos a meio.
- Queres ver uma coisa?
- O quê? – pergunto.
Ele põe-se sentado, com as pernas pendentes para o mesmo lado e deixa-se
deslizar, ficando pendurado na árvore.
- Pareces um macaco – e desato a rir. Ele ri-se comigo, ri-mos os dois,
durante imenso tempo.
- Meninos, vamos embora. – é a minha mamã.
Descemos da árvore e despedimo-nos. Não com abraços ou com beijos,
daqueles que ficamos todos babados. Não, despedimo-nos com aquele toque, que é
nosso, só nosso e de mais ninguém.
- Até amanhã Olívia.
- Até amanhã Jaime.
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