sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tenho 7 anos e (...)

Dá o toque de saída. Arrumo as minhas coisas nas mala, ponho-a às costas e saio da escola com o Jaime. A mamã está a falar com a mamã do Jaime. Isso quer dizer que ainda vamos ter algum tempo para brincar. Dizemos-lhe olá, pousamos a mala num dos bancos do jardim e vamos para a nossa árvore. O Jaime começa a subir. Já vai muito lá em cima.
- És mesmo rapariga, ainda só vais aí.
Deito-lhe a língua de fora e tento subir mais depressa. Já o estou quase a apanhar, mesmo quase, mas escorrega-me o pé e perco o equilíbrio.
- Ahhh.
Sinto uma mão a agarrar-me, a segurar-me.
- Ai se não fosse eu. Olho para cima e vejo o meu amigo, empoleirado nos ramos. Sorrio, e subo com ele até lá a cima. Quando chegamos ao ramo mais forte da árvore, sentamo-nos, eu encostada à arvore, ele mais ou menos a meio.
- Queres ver uma coisa?
- O quê? – pergunto.
Ele põe-se sentado, com as pernas pendentes para o mesmo lado e deixa-se deslizar, ficando pendurado na árvore.
- Pareces um macaco – e desato a rir. Ele ri-se comigo, ri-mos os dois, durante imenso tempo.
- Meninos, vamos embora. – é a minha mamã.
Descemos da árvore e despedimo-nos. Não com abraços ou com beijos, daqueles que ficamos todos babados. Não, despedimo-nos com aquele toque, que é nosso, só nosso e de mais ninguém.
- Até amanhã Olívia.
- Até amanhã Jaime.

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