Havia um garoto, com uma doença. A doença não era muito má. Era escoliose, sabe o que é? É um desvio lateral na coluna. Pois bem, esse menino tinha dores horríveis nas costas. Por vezes, insuportáveis mesmo. Mas ele não se queixava. Doía? Então ele fingia que nada passava e continuava, como se nada fosse. Ele deitava-se à noite e as lágrimas vinham-lhe aos olhos, com a dor. Ele endireitava-se na cadeira e tinha que respirar fundo, como se nada fosse. E havia momentos em que ele só queria chorar e mostrar que também podia ser um pouco fraco. Mas ele não o fazia. E então as notas começaram a baixar. A cada dia que passava, ele resguardava-se cada vez mais no seu próprio mundo. Fica irritável, com minorias básicas. Não era ele. A fisioterapia? Ajudava um pouco, sim. Toda a gente queria que o jovem fosse operado. ‘Era o melhor’ como todos diziam. Mas ele não queria e pensava ‘Há pessoas bem piores que eu, pessoas que precisam mais do meu lugar’. Sabe, esse menino tinha um sonho: ele queria ser médico. Era o que ele mais queria, desde pequenino. E sabe, ele não queria o dinheiro para comprar grandes carros, ou grandes casas. Não. Ele queria uma casa modesta, onde podesse sentir-se confortável. Talvez com uma mini-biblioteca. Isso não era um talvez, era uma certeza. E o que sobrasse? Iria para instituições, para quem mais necessitava. Porque ele era assim, tudo para os outros, para quem mais necessitava. Então, nas férias, decidiu ir trabalhar para um centro de ajuda a pessoas com grandes doenças. E ela aprendeu muito nesse centro. E agora todos se perguntam a si mesmos qual é a moral da história. Não existe nenhuma moral. O rapaz? Esse viveu muito no centro. Viveu experiências que quase ninguém se dá, sequer, ao trabalho de pensar em vivê-las. Mas aprendeu uma grande coisa: aprendeu a viver com a dor, a controlá-la e a aceitá-la, pois ela, com o tempo, acabaria por passar, acabaria por ir embora. E então, o rapaz não ficou preso, não. Ele dedicava-se na fisioterapia. Quando doia? Já não a reprimia, fazia pequenos exercicios, de modo a acalmar. E ele foi crescendo, e acabou por dominar a dor. A operação? Essa, é que ele nunca aceitou.
4 comentários:
Quando se ama alguém, ama-se nos bons e nos maus momentos.
Quando se ama alguém, ama-se apesar das boas ou más notas.
Quando se ama alguém, sofre se com as dores de quem se ama.
Quandos se ama alguém, chora-se em conjunto.
Mas esse garoto é um exemplo de coragem, de força de vontade e tem de saber que não deve isolar-se nem pensar que está sózinho.
Esse garoto é um futuro médico porque eu sei que ele não vai desistir!
E não só aprendeu a viver com a dor como aprendeu que nunca está sózinho!
este garoto lembra-me alguem , amo-te
muito, muito provavelmente.. amo-te <3
Ohhhh, das coisas mais queridas que me disseram (!)
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