Existem mitos e lendas, histórias e contos. Onde começaram? Por quem? Quando? Ninguém sabe, é um dos imensos mistérios do mundo. Elas perdem-se com o vento, voam para longe com ele, instalam-se em cidades e vilas, pequenas aldeias até. Rondam durante o dia, espreitam por entre as praças cheias de pessoas, seguem por entre as árvores, escutando as suas novidades, misturam-se com as gotas de orvalho, com as gotas da chuva para depois se reflectirem nas poças de água que pisamos. Acrescentam pontos a si mesmas, enquanto o sol jaz bem lá no topo do céu, vão buscar pormenores, a cada canto e recanto, cada casa, cada divisão, cada sitio, crescendo e crescendo, aumentando a cada instante. E à noite, quando a lua ilumina o céu, quando as estrelas espreitam por entre as nuvens, elas aparecem, vem calmas por entre a bruma da escuridão e então começa o desenrolar. As mentes curiosas chegam-se para a frente, os corpos mais gelados aconchegam-se no calor dos que lhes são chegados, embrulhados em cobertores. E então, estas histórias, estas lendas, estes mitos, estes contos que se formam ao longo dos anos, têm inicio. E até quem as conta, quem as revela, aumentam-nas uma pouco, deixam um pedaço do seu ser, da sua personalidade nelas, gravadas com as suas palavras e com os ouvidos cheios desta melodia, cada um acaba por adormecer, rendido ao cansaço de um dia de trabalho. E as lendas? As histórias? Os mitos? Os contos? Apegam-se ao vento e vão com ele, para outra cidade, vila ou aldeia.
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