2 horas da manhã – Já passou
uma hora e continuo aqui, totalmente sem sono. Passos na sala indicam-me que o
meu pai se está a preparar para ir dormir. Oiço-o a desligar a televisão. Mais
passos. Desliga a luz da sala e dirige-se para o quarto. Começa a ler. Ponho os
phones nos ouvidos, tentando abstrair-me do mundo que me rodeia.
3 horas da manhã – Desisti de
esperar pelo sono. O meu pai adormeceu à cerca de 20 minutos. Agora tenho frio.
Tapo-me e enterro a cabeça na almofada. Sento-me na cama e bebo água de uma
garrafa que tenho na mesinha de cabeceira. Olho para a minha irmã, a dormir,
tão inocente quanto uma criança o pode ser. Tenho saudades de conseguir
adormecer assim.
4 horas da manhã – A minha irmã acorda. Chama pelo meu
pai. Ele vem, leva-a para o seu quarto e desliga a luz de presença. Escuridão
total. Começo a imaginar sombras nas paredes. Do nada, sinto-me aterrorizada,
como uma criança com medo do escuro.
5 horas da manhã – Os meus olhos à muito que se
adaptaram à escuridão do quarto, mas mesmo assim a minha mente prega-me
partidas, demasiadas até. Mudo a música. Deito-me de barriga para baixo. Sono,
porque não vens? O meu telemóvel já ficou sem bateria, mas não me apetece ir
pô-lo a carregar, pelo que já não tenho música. Oiço o tiquetaque do relógio do
meu avô, na sala.
6 horas da manhã – Tenho sede e, como já esvaziei a
pequena garrafa que tenho na minha mesinha de cabeceira, vou até à cozinha. O
escuro da casa mete-me medo, e a minha cabeça começa a imaginar pessoas. Não
são reais. Eu sei que não. Acendo a luz da cozinha, ofuscando-me. O meu cão
gane levemente, como a dizer que também quer água. Bebo eu, depois dou-lhe e
volto para o quarto.
7 horas da manhã – O começo de um novo dia. O
despertador toca. Desligo-o quase imediatamente. Levanto-me da cama, vou até à
casa de banho e tomo um duche, sentido a
água quente contra os músculos doridos da noite em claro. Saio, enrolo-me com
uma toalha e vejo-me ao espelho. Revigorada pelo banho, já não pareço tão
cansada.
1 comentário:
Gostei do texto. Continua a escrever assim. :-)
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