domingo, 10 de junho de 2012

Noite de Insónias

1 hora da manhã Já devia estar a dormir, esta hora é hora de sonhos, hora de descanso. Giro sobre mim mesma, ficando de barriga para baixo. Oiço o barulho na televisão na sala, sinal que o meu pai ainda está a ver televisão. Tenho tanto calor, meu deus. Sono, por favor vem, por favor.
2 horas da manhã Já passou uma hora e continuo aqui, totalmente sem sono. Passos na sala indicam-me que o meu pai se está a preparar para ir dormir. Oiço-o a desligar a televisão. Mais passos. Desliga a luz da sala e dirige-se para o quarto. Começa a ler. Ponho os phones nos ouvidos, tentando abstrair-me do mundo que me rodeia.
3 horas da manhã Desisti de esperar pelo sono. O meu pai adormeceu à cerca de 20 minutos. Agora tenho frio. Tapo-me e enterro a cabeça na almofada. Sento-me na cama e bebo água de uma garrafa que tenho na mesinha de cabeceira. Olho para a minha irmã, a dormir, tão inocente quanto uma criança o pode ser. Tenho saudades de conseguir adormecer assim.
4 horas da manhã – A minha irmã acorda. Chama pelo meu pai. Ele vem, leva-a para o seu quarto e desliga a luz de presença. Escuridão total. Começo a imaginar sombras nas paredes. Do nada, sinto-me aterrorizada, como uma criança com medo do escuro.
5 horas da manhã – Os meus olhos à muito que se adaptaram à escuridão do quarto, mas mesmo assim a minha mente prega-me partidas, demasiadas até. Mudo a música. Deito-me de barriga para baixo. Sono, porque não vens? O meu telemóvel já ficou sem bateria, mas não me apetece ir pô-lo a carregar, pelo que já não tenho música. Oiço o tiquetaque do relógio do meu avô, na sala.
6 horas da manhã – Tenho sede e, como já esvaziei a pequena garrafa que tenho na minha mesinha de cabeceira, vou até à cozinha. O escuro da casa mete-me medo, e a minha cabeça começa a imaginar pessoas. Não são reais. Eu sei que não. Acendo a luz da cozinha, ofuscando-me. O meu cão gane levemente, como a dizer que também quer água. Bebo eu, depois dou-lhe e volto para o quarto.
7 horas da manhã – O começo de um novo dia. O despertador toca. Desligo-o quase imediatamente. Levanto-me da cama, vou até à casa de banho e tomo um duche,  sentido a água quente contra os músculos doridos da noite em claro. Saio, enrolo-me com uma toalha e vejo-me ao espelho. Revigorada pelo banho, já não pareço tão cansada.

1 comentário:

IsaBella disse...

Gostei do texto. Continua a escrever assim. :-)