Agora, passado 7 meses desses dias, ainda me pergunto se ele é real.
Todos os dias lhe ligo, e todos os dias recebo o silêncio. Será que ele existiu
mesmo? Ou foi produção da minha imaginação? Às vezes penso que não. Que ele não
é real, que ele foi algo que eu inventei para me sentir melhor. Mas depois
sinto aquele colar, frio, gelado contra a minha pele, e sei que ele teve de
existir. Recordo aquele nosso toque, que é nosso, só nosso e de mais ninguém. E
sei, sinto, que ele existe. E isso, leva-me a uma terceira conclusão, que me
dói só de pensar. Mas rejeito-a. Se isso tivesse acontecido, o meu pai saberia.
Ele era amigo de família desde os meus seis anos, ele teria sabido, bem como os
colegas da escola. Eles saberiam, claro que saberiam. Óbvio que sim.
Talvez ele tenha apenas seguido em frente, mudado de casa, de cidade,
quem sabe, até de país. Não tenho de me preocupar. Ele está bem. Ele tem de
estar bem.
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