quinta-feira, 4 de abril de 2013

Um pequeno nada

Não sei quantos textos já comecei sem ver inicio às palavras. Quantos textos tentei formar, juntando frases que no fim, não se ligavam entre si. Perdi a conta aos rascunhos no meu computador, às folhas que amachuquei, aos textos que ficaram a meio (ou nem tanto). Ultimamente, nada se forma. Nada se constrói. Posso dizer, que não me lembro da última vez que me senti assim. Sem inspiração, sem criatividade, sem forma de conectar as palavras entre si. Posso dizer, a sensação não me agrada. E a pior coisa é quando sei que preciso de desabafar, mas não consigo. Não consigo deitar cá para fora tudo o que sinto, tudo o que penso, tudo o que se passa. Pela primeira vez em tempos, não consigo transferir os meus pensamentos para o papel, não consigo falar com o meu melhor amigo. Porém, eu preciso. Preciso da sua ajuda o mais depressa possível, preciso que ele fale comigo, que ele me diga o que necessito saber, que ele me dê as respostas que procuro, mas como poderá ele dizer-me se nem as perguntas sei fazer? Para mim, este é pior estado de espírito. Aquele em que queremos dizer tudo, queremos gritar ao mundo o que nos vai pela mente, queremos mostrar as nossas reflexões, mas eles recusam-se a sair. Recusam-se a ser expostas, assim, desta forma. E por isso fecham-se cá dentro. Trancam-se a si mesmas. Elas não notam. Não percebem que me confundem a cabeça, cada uma a quer ganhar, a querer levar a sua avante, cada uma quer ser a escolhida, elas não entendem o que isso me causa, o que isso provoca na minha cabeça, elas são mas fortes, e de tanto querem sobressair, acabam por acabar com a pouca sanidade que resta. Não consigo, é uma luta permanente, entre o que oiço, o que queria ouvir, o que vejo, o que queria ver, o que sinto, o que queria sentir. É uma constante de guerra que não tem fim, uma constante de batalhas sem vitória. Porque não há ninguém para ganhar. Sou só eu. Sou eu contra mim mesma, ninguém mais. Apenas eu. No fim, apenas há um corpo cansado. Uma alma cansada. Cansada de lutar, cansada de não saber quem é, cansada de se arrastar até este ponto. Apenas uma alma cansada. Nada mais.

1 comentário:

ann disse...

Fiquei boquiaberta com os sentimentos que depositaste neste texto. Não tenho palavras para descrevê-lo. Foi dos mais honestos que li até hoje. Adorei sentir tudo o que sentias. Adorei que mostrasses isso com tanta facilidade. Gostei muito!