segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sufoco

Por vezes, é como se não desse para respirar. Como se o ar falhasse, de tão longe que se encontra. Como se a minha traqueia tivesse um escudo que não permitisse a sua passagem. Um peso no peito, que impede as contrações do diafragma. Os meus pulmões não têm espaço para mais. As minhas mãos tremem. Quero controlo, mas não consigo obtê-lo, é algo demais para mim, simplesmente demais. Tento, mesmo assim, tento, a respiração está acelerada, o 'pumpumpum' descontrolado do meu coração preenche-me os tímpanos, afasta a calma que preciso, berro por silêncio, na minha cabeça, mas os pensamentos falam mais alto, berram mais alto. Tento inspirar fundo, sinto a pressão daquela força a impedir-me de o fazer. Uma pontada, mesmo nos pulmões. O que é isto?, pergunto-me, Como cheguei a este ponto? O meu estômago revolta-se, as minhas mãos tremem, num descargo de adrenalina, sinto arrepios pela minha espinha, o quarto começa a mover-se, num rodopio interminável, sinto o corpo a fraquejar, não consigo mais suportar mais o meu peso, cai no chão e envolvo-me em mim mesma, como se isso o fizesse parar, como se isso me desse controlo, mas não pára, não dá, não consigo. Tento chegar-lhe, tento alcançar aquele pedaço de ar que me falta, mas não consigo, ele está tão perto, tão longe, tão aqui, mas tão ali. Sei que neste ponto já a água saí de maneira estúpida, sem querer parar, não consigo conter-me, por mais que tente, não consigo, as minhas mangas estão encharcadas em lágrimas, a tremerem nas minhas mãos, descontrolo total. E depois.. nada.

1 comentário:

ann disse...

nao podias ter descrito melhor. é tal e qual assim.....e quando da,os por nos terminou. mas nao para sempre. porque, algum dia, ha de voltar. para mais 10s de angustia. adorei